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A beleza e o Marketing de consumo


A beleza e o consumo


Beleza do Luxo Extraordinário Esse tipo de Beleza é muito comum nos anúncios de moda. Ela expõe uma mulher que se encontra em um ambiente ou situação de extremo luxo, evidenciado pela postura da modelo que sugere uma posição de superioridade, de status e poder em relação ao seu entorno e, inclusive, em relação ao leitor.


A impressão transmitida é que tudo gira em torno dela, e é nisso que essa mulher acredita. É uma posição que sugere o luxo, mas com muita discrição. A modelo está em um ambiente, situação,em meio a objetos e produtos que sugerem o luxo, mas a postura dela é de conforto,como se fosse algo natural, que se sente parte deste contexto.






Beleza Ordinária É uma beleza que poderíamos dizer que é a beleza mais comum, mais casual, leve. É a representação de uma mulher que poderíamos facilmente encontrar na rua, sem grandes produções, mais natural e despreocupada. É bonita por natureza, acredita nisso e se aceita.


Segura de si, é uma mulher que se sustenta pelo que é e não com alguma possível projeção externa sobre ela.



Beleza Exótica – Étnica

É um tipo de beleza que reconhecemos a partir do encantamento pelo outro, do diferente de si, pelo que não é da sua natureza.


É o contemplar a beleza do outro,como a representação de valores que a observadora gostaria que fizessem parte de sua própria vida. É a admiração pelo que poderíamos denominar como uma quebrado cotidiano estético, gerando uma ânsia por agregar também deste contexto de alguma forma.





Beleza Exótica – Estranha

São modelos de beleza diferentes, modelos que à primeira impressão não seriam considerados como padrões de beleza e formas do corpo que causam o estranhamento, sejam por manipulações de imagem, da composição das roupas ou jogo de cores. É a fuga do convencional.

Ao primeiro olhar essa beleza tende deixar uma sensação de desconforto e estranheza. Apesar desta sensação ela está inserida em um contexto que nos leva a rever essas impressões e conseguimos enxergar a beleza contida nelas e em seu conjunto.




Beleza Fake

É um dos modelos de maior recorrência encontrados nesta pesquisa.

Assim como a Beleza Exótica Estranha, é uma beleza comum em mulheres que acreditam e precisam da confirmação e da validação das pessoas para que estas as reconheçam socialmente.

O problema é que essa necessidade da aprovação externa é eterna, já que a existência de uma aprovação total é irreal. Buscam alcançar um ideal de beleza, imitando um padrão já comprovado e aprovado na sociedade.


É possível encontrar modelos inclusive muito jovens com traços que sugerem exageros conquistados através de intervenções cirúrgicas e estéticas ou cuja imagem foi alterada em programas de edição de imagens sem que essas interferências externas fossem necessárias, pois elas aparentam já possuir uma beleza natural, mas se submeteram às alterações para que pudessem se enquadrar a um estereótipo exigido socialmente.



Beleza Pastiche (Cópia ou imitação ruim e grosseira de uma obra (literária, musical, artística etc.)

Esse é um modelo de beleza muito em voga. Não se podem especificar completamente os elementos presentes, pois é uma grande mistura de referências de modelos estéticos de diversas épocas. É possível identificar tanto referências de uma época ou década especifica dentro de uma publicidade, como também encontrar uma grande mistura de elementos de épocas distintas organizadas num mesmo anúncio.



Beleza da Juventude e Magreza

Esse é o modelo de beleza onde todos os outros modelos convergem. Ele está presente e é imperativo para o padrão de beleza ditado pela publicidade de moda nas mídias.

O corpo sempre jovem e extremamente magro é a representação da posição social.

Quanto mais jovem e magra, maior o status social. O corpo é a forma mais “crua”de mostrar-se socialmente. As roupas complementam e adornam o corpo, mas na sociedade atual ele possui a importância maior de situar socialmente o status tanto quanto a moda. Ele é parte da moda, do vestuário e do comportamento/postura da mulher.

O corpo por muitas vezes tem aspectos adolescentes, pueris, o que exalta ainda mais ambos os conceitos desse modelo, a magreza e a juventude extremas.


Conclusão


Na publicidade de moda a apropriação dos significados culturais criados pela moda, sejam eles materiais, ou conceitos imateriais, como padrões de beleza, é transformada pela publicidade em uma imagem que instiga e se propõe a seduzir o consumidor para que ele consuma tanto a imagem final, como todos os elementos presentes nela.


A moda acabou por criar, estabelecer e vender os padrões de beleza que, através da influência da publicidade, difundiu e consolidou os contextos na aceitação do público. A beleza tornou-se um bem de consumo do mundo da moda.


O contemporâneo é uma época angustiada. O narcisismo exacerbado e a busca eterna pela perfeição presentes nos modelos Fake e de Juventude e Magreza levam a um eterno descontentamento.


Modelos que exaltam a beleza natural e que buscam o retorno de belezas passadas, assim como os que pregam a beleza de ser diferente, vão na contramão do movimento narcisista e perfeccionista, gerando o desejo de aceitação individual e do próximo (ainda que se tenha conhecimento que, para se criar enquanto parte integrante das belezas supracitadas, muitas vezes pessoas se submetem a processos de recriação de si, onde paradoxalmente acabam entrando no mesmo movimento de busca pela perfeição).


Para reflexão:


A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será elogiada. Provérbios 31:30



Pesquisa realizada :BEATRIZ POLLACHI A Beleza em Consumo UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Comunicação e Artes Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo Curso de Especialização em Estética e Gestão de Moda -São Paulo

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